No Brasil, estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam o diagnóstico de quase oito mil novos casos de câncer infantojuvenil para 2025

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O jornalista Tiago Leifert e a atriz Luiza Valdetaro são duas personalidades famosas que causaram comoção ao revelar para o público que os filhos lutavam contra o câncer. Tiago é pai da pequena Lua, de quatro anos. A menina tem retinoblastoma, um tipo de câncer nos olhos, desde os 11 meses e segue em tratamento. Já Luiza é mãe de Maria Luiza, de 15 anos. Em 2012, a filha da artista, com apenas três anos, foi diagnosticada com leucemia. A garota ficou em tratamento durante dois anos e 8 meses, incluindo quimioterapia, até a cura ser declarada.

 

Entretanto, quando os pais recebem o diagnóstico de que o filho tem um tumor maligno, o impacto da notícia costuma ser devastador e várias dúvidas podem surgir sobre o câncer e a maneira de lidar com a nova realidade. Convidamos a oncopediatra Mariana Dórea (CRM-BA 23.959 e RQE 26.148) para explicar alguns pontos que cercam a doença. Confira.

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Câncer infantil é igual ao adulto

São doenças diferentes. O câncer infantil se multiplica aceleradamente, e os sintomas aparecem mais rápido. Por crescer de maneira veloz, eles respondem melhor ao tratamento, tendo pouca ou quase nenhuma relação com fatores ambientais. Já o câncer no adulto cresce mais lentamente, os sintomas podem ser sutis e, por esse motivo, muitas vezes quando o tumor é descoberto, a doença está avançada, além de estar ligada a fatores ambientais.

 

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O câncer nas crianças é somente hereditário

De forma alguma, pois a maioria dos tumores infantis não tem ligação com hereditariedade. O que ocorre é uma predisposição genética que a criança carrega desde o nascimento. No entanto, devemos ficar atentos a algumas síndromes genéticas, como, por exemplo, a neurofibromatose tipo 1. Trata-se de uma doença hereditária que pode levar a tipos específicos de tumor.

 

Toda criança submetida à quimioterapia perde o cabelo

Não vamos falar em todas, mas a grande maioria, sim. Contudo, existe quimioterápico que não provoca tanto efeito colateral.

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A criança em tratamento contra o câncer não deve ir à escola, praças e festas de família

Sempre vai depender do caso. A maioria terá as aulas suspensas devido aos efeitos colaterais da quimioterapia. Ir a esses lugares está sujeito à imunidade da criança.

 

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A alimentação da criança em tratamento oncológico deve ser diferenciada Evitar sempre alimentos crus e os que não se têm conhecimento acerca da procedência. Tudo deve ser cozido, fervido e limpo.

 

Praias e piscinas estão proibidas durante o tratamento contra o câncer

Devem ser evitadas devido aos riscos de infecção. A criança em tratamento de quimioterapia pode ter a imunidade baixa e, com isso, ser mais suscetível a contrair doenças infecciosas. Também é importante evitar o sol para não queimar a pele.

 

Crianças com câncer devem evitar contato com animais de estimação

Isso não deve ser evitado, mas é óbvio que o animal precisa estar com as vacinas em dia, não viver muito solto na rua devido ao risco e à chance de trazer alguma infecção. Se tiver todos esses quesitos, o bicho de estimação pode ser um aliado durante o tratamento.

 

Depois da alta, o acompanhamento é por toda a vida

Em geral, os grandes centros acompanham a criança por 10 anos após o término do tratamento. Porém, alguns centros têm liberado o acompanhamento com oncologista após 5 anos.