Morre Edy Star, cantor e ícone queer, aos 87 anos
O cantor Edy Star estava internado em estado grave após sofrer um acidente doméstico

O cantor Edy Star estava internado em estado grave após sofrer um acidente doméstico
O Brasil se despede de um de seus artistas mais irreverentes e autênticos. Edy Star, cantor, compositor, ator e performer baiano, faleceu nesta quinta-feira, 24, aos 87 anos, em São Paulo. Internado em estado grave desde a semana passada, após sofrer um acidente doméstico, o artista não resistiu às complicações clínicas, incluindo insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda.
Segundo nota oficial divulgada por sua assessoria à revista Quem, Edy faleceu de forma serena, sem dor, enquanto recebia tratamento intensivo. Sua morte representa o fim de uma era marcada por ousadia artística, pioneirismo na representatividade queer e parcerias históricas com nomes como Raul Seixas.
Nascido em Salvador, Edy Star construiu uma trajetória singular nas artes brasileiras. Ele ganhou notoriedade nacional como um dos integrantes do antológico álbum ‘Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10’ (1971), ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio. Com sua estética provocadora e performances cheias de teatralidade, tornou-se um símbolo de liberdade e autenticidade, em uma época em que ser abertamente queer ainda era tabu.
Além da música, Edy também brilhou nos palcos do teatro. Foi destaque na versão brasileira do cultuado musical ‘The Rocky Horror Show’, que impulsionou o lançamento de seu álbum autoral ‘Sweet Edy’. Entre os anos 1990 e 2000, viveu na Espanha, onde atuou como ator, produtor de espetáculos e boates, mantendo viva sua veia performática.
De volta ao Brasil, relançou sua carreira musical com os discos ‘Cabaré Star’ (2017), produzido por Zeca Baleiro, e ‘Meu Amigo Sergio Sampaio’ (2023), uma homenagem a outro parceiro de trajetória. Sua vida e obra foram celebradas recentemente no documentário e na biografia ‘Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star’, que reafirmam sua importância como artista que desafiou padrões e inspirou gerações.
Edy ainda deixa um projeto inédito: um álbum em homenagem a Raul Seixas, que gravou nos últimos anos e cuja produção a equipe do artista tenta concluir com apoio de fãs, por meio de financiamento coletivo.
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