O futuro da TV aberta está nas cidades e seus telejornais locais: como o Alô ES conquista o Espírito Santo

TV SIM e Alô ES vêm mostrando como se conectar a comunidade na era impessoal do streaming. (Divulgação)

Telejornais locais são o diferencial em meio à era do streaming, e a TV SIM, afiliada do SBT, aposta na proximidade para se reconectar o público.

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Enquanto plataformas de streaming dominam o entretenimento global, um movimento silencioso, mas potente, resgata a essência da TV aberta: o jornalismo local. Dados do Observatório do Direito à Comunicação revelam que a produção regional nas emissoras brasileiras já ocupa, em média, 15,47% da programação semanal, somando 26 horas de conteúdo local por semana. E no Espírito Santo, a TV SIM, afiliada do SBT, virou case dessa tendência com o Alô ES, programa apresentado por Tiago Américo e Carol Monteiro durante o horário de almoço da população.

Tiago Américo conta que o streaming não consegue substituir o “bom dia, vizinho” de cada dia: “Conversando com especialistas no tema, boa parte é unânime em dizer que os únicos conteúdos que o streaming ainda não consegue fazer são os telejornais locais”. O jornalista destaca a conexão emocional e a confiança construída ao longo do tempo com o público. “Há particularidades de cada região do país que tornam esse processo ainda mais complicado”, completa.

O Alô ES chegou ao ar em um cenário desafiador: disputar a audiência do horário do almoço com gigantes nacionais e regionais. Mas, em apenas um mês, já mostra força, com crescentes índices de audiência. “Montar uma emissora praticamente do zero requer investimentos com tecnologia e talento. Quem disse isso uma vez foi o genial José Bonifácio Sobrinho, o Boni. E continua sendo assim. O Alô ES já é um sucesso, e já desponta em um cenário super concorrido na hora do almoço”, lembra Tiago, citando o lendário executivo da TV Globo.

A receita desse sucesso está na proximidade e identidade. Tiago conta que o reconhecimento nas ruas é imediato: “As pessoas já reconhecem o Alô ES, participam ativamente pelos canais de comunicação da TV SIM, mandam elogios e críticas. A gente lê tudo”. O telejornal investe em um formato vibrante, mas sem abrir mão do rigor ético — e colhe resultados. “Autoridades estão sempre participando do nosso telejornal. Isso traz para gente ainda mais prestígio”, destaca.

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Carol Monteiro, sua parceira no comando do programa, completa a dupla que pretende transformar o Alô ES no programa “preferido dos capixabas”. “Sabemos que o que está bom pode se tornar ótimo, excelente. Estamos em busca disso”, afirma Tiago, com a confiança de quem já vê o futuro da TV aberta sendo reescrito agora, de forma local, plural e irresistivelmente humana.

 

O desafio de manter a chama acesa
A aposta da TV SIM reflete um movimento nacional: em um mundo de conteúdos globais, o espectador quer se ver na tela. E, para Tiago, o caminho é claro: “Na nossa frente, só você!”. Se depender do calor capixaba, o Alô ES não só vai sobreviver à era digital como pode se tornar um modelo para o jornalismo local no país.

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